A enterotoxemia é uma doença de infecção aguda e não contagiosa. Ela é causada pelo Clostridium perfringens, um bastonete gram-negativo, anaeróbio formador de esporos que afeta bovinos, ovinos e cap
...rinos, podendo provocar morte súbita e causando prejuízo para o proprietário.
Sua rápida evolução e sintomatologia característica e grave, além da sua taxa de mortalidade, se tornam preocupação constante em quem lida diretamente com as espécies. Segundo observações feitas por alguns estados americanos, há uma relação direta com o número de mortes de animais confinados com o número de casos de enterotoxemia.
A bactéria faz parte da flora intestinal do animal e pode também ser encontrada no solo, porém em pequenas quantidades. A doença se desenvolve quando há aumento dessa população, causando prejuízos à saúde do animal pela disseminação das toxinas produzidas por elas por todo o organismo, através da corrente sanguínea. O fator que mais influencia no controle dessa bactéria é a alimentação a qual em animais submetidos a uma dieta com muito concentrado e pobre em fibras pode levar a uma multiplicação descontrolada do bastonete, causando a enterotoxemia, como também superalimentação ou mudanças bruscas na dieta. Acreditam que esse evento ocorre principalmente devido a quantidade de amido não digerido no abomaso, que serve de substrato.
A rápida proliferação da bactéria provoca mudança na permeabilidade intestinal, fazendo com que suas toxinas sejam absorvidas com maior facilidade e velocidade. Os primeiros sinais de intoxicação apresentados são: acúmulo de líquido nas cavidades serosas e edema severo no cérebro, coração e pulmão, devido à hemorragia provocada pelo severo dano ao endotélio vascular na passagem da toxina intestino-sangue.
A doença pode se apresentar de três formas: superaguda, a aguda e subaguda. Na superaguda os animais não apresentam sintomatologia prévia, sendo, na maioria das vezes, encontrados já mortos sem nenhuma evidência. Já a forma aguda ataca diretamente o sistema nervoso central do animal, e o mesmo apresenta incoordenação, prostração e sintomas clássicos de enfermidades neurológicas, como vocalização, convulsões generalizadas e manias. Na subaguda o animal perde o interesse em se alimentar e beber água, tal como podem surgir problemas de cegueira, cólicas e diarreia. Em qualquer um dos tipos, o estágio final é caracterizado por glicosúria e hiperglicemia.
O diagnóstico é feito pelo exame clínico do animal e confirmação através de exames laboratoriais de líquido intestinal e pela carcaça, observando-se uma grande velocidade na decomposição, nesses casos.
Há relatos de casos em adultos, porém, o animal jovem tem uma maior predisposição a essa enfermidade.
Quando diagnosticada a tempo, é feita a antitoxina combinada com a administração de antibióticos, como sulfas e penicilina, porém, antes do confinamento, todos os animais devem receber a vacina polivalente, como medida de profilaxia, além de um maior cuidado com a alimentação destes.
Fonte: Embrapa.