Foto: Exposição da Cérvix- http://www.cptcursospresenciais.com.br/fotos/curso-de-ia-transcervical-em-ovinos |
Apesar dessas vantagens, a técnica de IA ainda não é maciçamente empregada na ovinocaprinocultura. Os principais limitantes estão associados as técnicas invasivas (ex. IA por via laparoscópica e transcervical por tração, especialmente em ovinos). Os procedimentos necessitam de equipamentos e qualificações específicos dos técnicos médicos veterinários, o que o torna oneroso e indispensável a presença do profissional.
A técnica de inseminação artificial em tempo fixo (IATF) contribui neste contexto, por apresentar vantagens, como: (1) programar os trabalhos de inseminação e de manejos, reprodutivo e produtivo para períodos específicos, de forma a otimizar a mão de obra; (2) inseminação de um grande número de fêmeas em um curto espaço de tempo; (3) incremento da eficiência da técnica de inseminação artificial (i.e. maior número de proles de (IA), acelerando o progresso genético); e (4) padronização dos lotes e planejamento das épocas de nascimento e desmame. A programação da IATF é realizada por meio de tratamentos hormonais, de forma a induzir a sincronização do estro e a ovulação dos animais, dispensando-se a observação de estro. Desta maneira, a IATF é uma tecnologia útil para resolver algumas das dificuldades inerentes à inseminação artificial convencional, como a eliminação as falhas de observação de estro e programação dos serviços de IA.
A eficiência dos programas de IATF está basicamente relacionada a condição corporal da fêmea, qualidade seminal e sincronização entre ovulações e a IATF. Os protocolos hormonais de sincronização do estro e/ou ovulação são indispensáveis para garantir menor variação de tempo entre as ovulações das fêmeas. Os protocolos de sincronização do estro permitem o emprego da IATF, mas sua eficiência pode ser incrementado com a adição de hormônios indutores de ovulação, como o GnRH e o LH.
Neste contexto, apresentaremos nesse artigo a compilação de resultados preliminares publicados por nosso grupo sobre o efeito da administração de GnRH no protocolo de sincronização sobre as respostas ovarianas em ovelhas da raça Santa Inês (Oliveira et al., Domestic Animal Reproduction, v.43, p.74, 2008).
O objetivo do estudo foi avaliar o efeito da adição de GnRH ao protocolo de sincronização do estro na resposta ovariana em ovelhas Santa Inês. Nos dois grupos (G-Controle, n=32; G-GnRH, n=32), as ovelhas receberam esponjas intra-vaginais com 60 mg MAP, permanecendo por 9 dias. Foram administrados 300UI de eCG e 37.5 µg d-cloprostenol, IM, 48 horas antes da retirada da esponja. As ovelhas do G-GnRH receberam ainda, 25μg do análogo do GnRH (GestranT - Lecirelina, Tecnopec, Brazil) IM, 16 horas após a remoção da esponja.
Por laparoscopia, as estruturas presente na superfície dos ovários às 42 horas após a remoção da esponja foram classificadas como folículos grandes (FG: 4-6 mm de diâmetro), folículos pré-ovulatórios (FPO: > 6 mm) ou ovulados (OV). A analise estatística dos dados foi conduzida pelo SAS, sendo as proporções comparadas pelo teste de Qui-quadrado (P<0.05). No G-Controle, 40,6% das ovelhas tinham FG, 21,9% tinham FPO e 31,2% tinham OV. Diferentemente, no G-GnRH, 6,45% das ovelhas tinham FG, 16,13% tinham FPO e 77,42% tinham OV.
Assim, as proporções foram diferentes entre os grupos (P<0,05) para FG e OV. O GnRH promoveu maior sincronia das ovulações comparado com o controle (G-Controle), culminando em ovulações mais cedo (P>0,05). A melhor fertilidade em programas de sincronização tem sido previamente determinada pela relação entre tempo da ovulação e inseminação (Lopéz Sebastián, 1992). Assim, os resultados do presente estudo são importantes para determinar o momento mais apropriado para a inseminação em protocolos de IATF.
Fonte: http://www.farmpoint.com.br/radares-tecnicos/reproducao/inseminacao-artificial-em-tempo-fixo-77404n.aspx
Por Maria Emilia Franco Oliveira : www.mariaemilia.vet.br
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