A verminose, principal doença que afeta a ovinocultura no Estado de São Paulo, está cada vez mais difícil de ser controlada. Com a falta de monitoramento através de exames periódicos e com vermifugações aleatórias há uma maior tendência ao aparecimento de vermes resistentes aos produtos químicos para seu combate.
A pesquisadora do Instituto de Zootecnia de Nova Odessa, Cecília José Veríssimo, alerta aos criadores sobre a importância de exames de fezes preventivos para se obter um diagnóstico preciso e combater o problema com o medicamento correto e eficaz. Através do exame de fezes realizado antes e uma semana depois da vermifugação, o produtor terá condições de monitorar a resistência do verme e, a partir daí, aplicar o vermífugo mais eficiente à sua propriedade.
Com o resultado do exame poderá saber o grau da infecção e os tipos de vermes que estão parasitando os ovinos e, assim, utilizar o produto químico específico para o controle dos parasitas que infestam o rebanho. Além da monitorização da verminose através de exames de fezes, medidas de manejo dos animais e da pastagem também ajudam a controlar os parasitos no meio ambiente.
A pesquisadora do IZ cita como medida preventiva a ser utilizada pelo criador a rotação dos animais em piquetes, onde poderão permanecer no máximo 12 dias em cada piquete, deixando-o pelo menos 35 dias em descanso. O pastejo integrado ou alternado com bovinos adultos, até mesmo com eqüinos, e a rotação pasto-cultura são outros procedimentos indicados.
As fêmeas devem ser vermifugadas pelo menos 30 dias antes da parição. Logo após o parto poderão ser confinadas junto com as crias, durante o período da lactação, cerca de 60 dias. Os cordeiros também ficam confinados, antes e após o desmame, sendo progressivamente soltos nos pastos com a idade de seis meses. As ovelhas em lactação e os cordeiros desmamados, considerados categorias mais suscetíveis à verminose, deverão ter atenção especial.
Os vermes mais patogênicos que causam maior mortalidade nos rebanhos pertencem aos gêneros Haemonchus e Trichostrongylus. Os parasitos se alimentam de sangue causando a anemia. Os animais ficam com as mucosas pálidas como se estivessem sem sangue. A falta de hemácias –células sangüíneas que dão cor vermelha ao sangue e são as responsáveis por carregar o oxigênio e o gás carbônico por todo o organismo-, leva à falência vários órgãos vitais acarretando rapidamente a morte do animal.
Outro sintoma que aparece em conseqüência à parasitose é o edema submandibular, um inchaço que aparece na mandíbula inferior, vulgarmente conhecido como "papeira".
Essas espécies de helmintos localizam-se, preferencialmente, no abomaso –o último dos quatro estômagos do ruminante-, e podem adquirir, em pouco tempo, resistência aos anti-helmínticos. É por esse motivo que deve haver um acompanhamento através de exames rotineiros de fezes para saber a eficácia do vermífugo que está sendo utilizado na propriedade.
O Instituto de Zootecnia, através do Laboratório de Ambiência Animal, além de outras instituições de ensino e pesquisa na área Veterinária, realiza o exame de fezes com um custo pequeno e gerando muitos benefícios ao produtor.
O proprietário deverá realizar a coleta das fezes no dia da vermifugação e sete dias após a dosagem, além de monitoramento mensal ou bimensal. A pesquisadora Cecília orienta para os seguintes procedimentos:
- coletar as fezes em 10% a 20% de animais de cada categoria do rebanho (jovens e adultos), dando preferência para coletar dos mais magros e de pior aparência;
- coletar diretamente do ânus do animal, com um saco plástico, vestindo-o como uma luva;
- fechar e identificar o saquinho com o número ou nome do animal, ou ainda com o lote ou categoria pertencente;
- encaminhar para o laboratório, no mesmo dia, acondicionado em isopor com gelo. Para evitar o contato direto das fezes com o gelo coloque uma folha de jornal entre eles;
- lacrar o isopor e identificar o proprietário dos animais com o nome, endereço e telefone para contato, além de incluir as informações sobre a última data de vermifugação e o nome do produto utilizado;
Assessoria de Imprensa – Lisley de Cássia Silvério – Fone 466.9434
Maiores informações no Laboratório de Ambiência Animal do IZ, com a pesquisadora Cecília José Veríssimo, na rua Heitor Penteado, Nº 56, centro, Nova Odessa. Os telefones para contato direto são (019) 466-9427 ou 466-9431.
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